Futebol Futebol Brasileiro

Opinião: Procura-se…

O tema não é novo e muitos, boquiabertos e zonzos, já discutiam o assunto em bares, restaurantes e demais esquinas da vida. O futebol sul-americano está horripilante, como atestaram as últimas eliminatórias para a Copa do Mundo, nas quais, tirante o Brasil que nadou de braçada, ninguém mais apresentou quase nada que fosse digno de nota, com os Países envolvidos na competição jogando um futebol de Série B do Campeonato Brasileiro, e,  como dizia um amigo meu, o Cruzeiro seria o segundo colocado, atrás do Brasil, nas eliminatórias sul-americanas para a próxima Copa do Mundo, como dito já foi.


Agora, a coisa passou dos limites, por ocasião da disputa da Libertadores da América, edição 2022.

Nas semifinais do torneio Brasil e Argentina ficaram cara a cara, saliva escorrendo pelos dois lados, Brasil e Argentina é o maior clássico do futebol das Américas, no caso devidamente representados por Flamengo e Vélez Sarsfield, que disputaram o primeiro jogo em Buenos Aires. Brasileiros e argentinos nunca deram moleza um ao outro, sendo o jogo entre os dois, encardido, duro, correria, porrada, muito ou pouca técnica, mas suor, raça, brio, vender caro a própria derrota, tais itens nunca faltaram.

Pois tudo isso desapareceu, virou fumaça, com o Flamengo passeando em Buenos Aires e goleando o Vélez por 4×0 no jogo de ida das semifinais. Procura-se, pois, o famoso e merecido futebol argentino, a sua garra, luta, os empurrões e palavrões. As suas belas e trabalhadas jogadas, pois no jogo de Buenos Aires só havia um time em campo e o Flamengo não sujou o calção.

Armando Paiva

O Boca ficou pelo caminho, assim como o River Plate. Como o Vélez chegou até aqui, com o time que leva a campo, não dá pra entender. Se cruzarem Chapecoense e Vélez, aposto um bom prato de salada na Chape, já que carne não cabe na mesa de um vegetariano.

Um futebol argentino maravilhoso que já apresentou jogadores como Lionel Messi, Ariel Ortega, Javier Mascherano, Diego Simeone, Javier Zanetti, Di María, Sérgio Aguero, Gabriel Batistuta , Maradona, e muitos outros monstros sagrados do bom futebol.

A Argentina ganhou duas Copas do Mundo, participou de 17 Copas do Mundo, ganhou 15 títulos da Copa América, 1 Copa das Confederações, 2 medalhas de ouro em Jogos Olímpicos, sendo que disputou 5 finais de Copas do Mundo.

Esse futebol não merece o desempenho do Vélez Sarsfield na abertura das semifinais da Libertadores. A tristeza dos seus torcedores, inclusive crianças foi de cortar o coração.

 É preocupante a situação dos argentinos que compraram o ingresso para o jogo de volta, no Maracanã, sem contar, avião, gasolina e hotel na cidade maravilhosa. Fica a sugestão: não deixem de vir. Curtam o Rio de Janeiro que é de tirar o fôlego. Vendam o ingresso ou rasguem , e na hora do jogo, peguem um bom cinema ou um chopinho na beira da praia. Com o futebol que joga o Vélez não dá pra tomar outra atitude.

E na volta pra casa, no avião que transportar a delegação argentina, se eu fosse o comandante colocaria nos áudios de música um único som: “Don’ t cry for me Argentina”. É, é isso mesmo, não chore pelo Vélez, Argentina, não verta uma única lágrima. Tomar de quatro do Flamengo em casa, levar um passeio daquele sem se indignar, é pra descer de madrugada em Ezeiza, silêncio total, e todo mundo para suas respectivas casas. Pagar um ingresso, gastar dinheiro só pra sofrer é coisa de doido. Não chore, Argentina, e lembre que outras Libertadores virão. Esta é a vida, montanha russa louca e sem sentido, mesmo dentro das quatro linhas.”

Que venha o Furacão.