
Há 70 anos a Seleção Brasileira perdia a sua primeira Copa do Mundo e deixaria marcas de Racismo nos goleiros negros brasileiros manchando o futebol brazuca para sempre
No 16 de julho de 2020, o MARACANAZO completou 70 anos, ou seja, em 16 de julho de 1950 o Brasil perdeu, em pleno Maracanã, por 2×1, a Copa do Mundo para o Uruguai. A grande imprensa repercutiu e relembrou a tragédia, que nem o 7×1 para a Alemanha conseguiu apagar da memória dos torcedores brasileiros.
VEJA MAIS
Bola de Ouro: “Foi duro quando Ronaldo se igualou a mim”, declarou Messi
Artigo do Globo
Um bem escrito artigo no portal Globo procura demonstrar que, desde aquele dia fatídico, em que, supostamente, o goleiro Moacir Barbosa falhou no segundo gol do Uruguai, os goleiros negros são minoria no futebol brasileiro.
Haveria, e isso pode ser verdade, um racismo estrutural dentro da sociedade brasileira, que associou a falha à cor da pele, vindo daí uma desconfiança com jogadores negros que vestissem a camisa nº 1 de qualquer equipe.
Veja o gol que deixou o estigma em Barbosa. Filme Oficial da FIFA:
O artigo diz que o lance é lembrado por sete décadas e dificulta a vida dos goleiros com o tom de pele parecido com o de Barbosa.
Cita casos pontuais de injúria racial ocorridos com goleiros como Jefferson, do Cruzeiro e Botafogo, Aranha, do Santos e Jairo que jogou pelo Coritiba e Corinthians, que foram ofendidos por torcedores nos estádios e até por um dirigente, no caso de Jefferson, durante convocação pela CBF.

Dida foi o primeiro goleiro negro na Seleção depois de 1950
Levantamento feito pelo Jornal mostra que dos 75 goleiros registrados nos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, apenas 30 são não-brancos.
Daí a conclusão, com verdades em outros valiosos depoimentos, que persistiria uma desconfiança em relação aos goleiros negros, já que a camisa 1 da Seleção Brasileira só voltou a ser usada por um negro em 2006, Dida, o primeiro goleiro negro que ganhou a posição após 1950.
Qualquer atleta pode vestir a camisa da Seleção
O artigo é muito bom, mas na sua essência e conclusões há pecados mortais que merecem críticas. Perdão pela ousadia, mas não acho que a cor da pele impeça qualquer goleiro de chegar à Seleção Brasileira, nem se confiará menos nele por habilidades que se resumem à cor da sua pele.
Não se discute aqui a existência ou não do racismo na sociedade brasileira. Mas não se acredita, também, que um goleiro fantástico, profissional competente, não ganhe a camisa 1 por causa da cor da sua pele.
Pompéia, goleiro de cor negra, jogou no América do Rio, fazia defesas incríveis e jamais foi criticado pela cor de pele. Se isso valesse alguma coisa, não teríamos em outras posições craques maravilhosos que nos deslumbram com seus talentos.
São 11 jogadores que perdem ou ganham
Barbosa carregou um fardo pela vida inteira. O fardo do segundo gol que deu a vitória do Uruguai e permitiu que os braços de Obdúlio Varela erguessem a Jules Rimet; Não foi o fardo de um goleiro negro que falhou, mas de um goleiro que, junto com mais dez jogadores, perdeu uma Copa do Mundo que já estava no papo, e dentro do seu próprio quintal.

Entender que por esse motivo não mais existem goleiros de cor negra aqui ou acolá é relacionar alhos com bugalhos. Não dá, a conta não fecha.
O racismo estrutural mencionado pelo artigo do Globo não tem a força de impedir o surgimento de novos talentos que joguem com a camisa nº 1. Se aparecer um camarada fera, que feche o gol, qualquer time contrata na hora, sem lembrar 1 minuto sequer do 16 de julho de 1950.
Que venham novos Barbosas, pois sempre terão uma camisa nº 1 esperando por eles!
VEJA TAMBÉM
Botafogo traz mais uma estrela internacional: Saiba mais sobre Salomon kalou
Adicionar Comentário