A lesão de Daniel Alves, não foi uma lesão simples. Na verdade, foi de uma gravidade que nem uma fisioterapia avançada o recuperaria a tempo para jogar partidas posteriores, caso o Brasil avançasse na Copa do mundo da Rússia, daqui a praticamente um mês.
O Doutor Thiago Camargo, ortopedista, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, da Comissão diretora da Sociedade Brasiliense de Medicina do Esporte e da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho explica melhor.
”A lesão de Daniel Alves foi grave, tendo em vista o tratamento necessário. Uma vez que este tipo de lesão em atletas requer tratamento cirúrgico e cuidados pós-operatórios”. A chamada desinserção no ligamento cruzado anterior, em termos leigos, equivale ao rompimento do mesmo, conferindo uma instabilidade para a articulação.
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O doutor continua: ”a operação é sem dúvida o melhor tratamento para o atleta. Caso Daniel Alves não operar e continuar a jogar futebol, estará sujeito a danificar outras estruturas do joelho: menisco, cartilagens, outros ligamentos, entre outras consequências”.
Se a Copa fosse daqui a 6 a 8 meses, Daniel Alves estaria provavelmente apto para poder jogar. Mas com a gravidade da lesão, Tite deverá achar um substituto.
O especialista ainda fala no denominado ”mecanismo valgo do joelho” combinado à rotação externa da tíbia que é o movimento mais comum para ocasionar este tipo de lesão. Como quando o indivíduo vai bater um pênalti com o movimento de ”colocar” a bola no gol. Essa lesão não possui um bom potencial de cicatrização.
O ligamento precisará ser substituído por um enxerto, ou novo ligamento substituto, retirado do corpo da própria pessoa. Geralmente são os tendões flexores (músculos posteriores da coxa) que são utilizados, levando normalmente 1 ano para voltar ao futebol. Porém, em caso de atletas, pode-se utilizar o tendão patelar, uma vez que essa técnica permite o retorno em 6 meses ao esporte.
Dani Alves precisará também trabalhar o ganho de massa muscular da coxa para não prejudicar seu desempenho pós-operatório, uma vez que a atrofia da coxa (quádriceps) é quase regra. Isso é o que mais determina o tempo de recuperação pós-operatório.
A cirurgia, reitera Dr. Thiago, ”é pouco invasiva, requerendo poucos cortes na pele e realizada por videoartroscopia”. Ele lembra o caso de Neymar. No caso do craque do PSG, a cirurgia foi realizada para acelerar a recuperação e evitar falha na consolidação óssea. Foi um zelo a mais em seu tratamento.
O retorno de Daniel Alves aos gramados é plenamente viável respeitando o tempo necessário de recuperação.
É uma baixa que o Brasil terá de absorver para Copa do Mundo. Infelizmente essa pode ser a última chance de Daniel Alves disputar o torneio. Para uma carreira muito vitoriosa, essa era uma competição fundamental para seu currículo.
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